
presa nesse apartamento, nessa cidade, nesse concreto, longe (ou perto demais...) dos sentimentos, abstrações que tão bem conheço. saudades do que nunca vi, de quem ainda não conheci, e de quem não vejo mais. quando há alguém, qualquer lugar é perfeito. quando se está sozinho é preciso olhar demais pra dentro e nem sempre a gente gosta do que vê. meu problema é demorar demais pra tentar mudar o que não me faz bem; espero o mal estar feito.
irritante é essa necessidade de alguém, mais irritante ainda é saber que ela existe e que não posso fugir de mim mesma. essa insegurança mata, essa carência atrofia e esse medo de me machucar de novo me mantém aqui, intocável, imóvel cada vez que vejo uma parte bonita do que já fez parte de mim.
é bem verdade que não amamos a pessoa amada, e sim o amor. amamos essa sensação linda de infinito, de cumplicidade. bom mesmo é quando o ambiente não influencia na paz interior. bom mesmo quando a paisagem pode mudar e nossa mente e sentimentos continuam em plenitude. mas como alcançar isso? auto-conhecimento? como
entender alguém que muda de opiniões todo dia? perceber o que permanece? mas agora somos objetos de estudo científico?
...
um amigo disse um dia e concordo plenamente: poderia suportar, embora não sem dor, se morressem todos os meus amores. mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!
o problema é que às vezes me pergunto onde estão meus amigos. todos eles. quem são? o que fiz com eles?
saudades de quem eu sou com alguém por perto.
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