Saturday, July 05, 2008

ando sentindo falta do que nunca vivi.
presa nesse apartamento, nessa cidade, nesse concreto, longe (ou perto demais...) dos sentimentos, abstrações que tão bem conheço. saudades do que nunca vi, de quem ainda não conheci, e de quem não vejo mais. quando há alguém, qualquer lugar é perfeito. quando se está sozinho é preciso olhar demais pra dentro e nem sempre a gente gosta do que vê. meu problema é demorar demais pra tentar mudar o que não me faz bem; espero o mal estar feito.
irritante é essa necessidade de alguém, mais irritante ainda é saber que ela existe e que não posso fugir de mim mesma. essa insegurança mata, essa carência atrofia e esse medo de me machucar de novo me mantém aqui, intocável, imóvel cada vez que vejo uma parte bonita do que já fez parte de mim.
é bem verdade que não amamos a pessoa amada, e sim o amor. amamos essa sensação linda de infinito, de cumplicidade. bom mesmo é quando o ambiente não influencia na paz interior. bom mesmo quando a paisagem pode mudar e nossa mente e sentimentos continuam em plenitude. mas como alcançar isso? auto-conhecimento? como
entender alguém que muda de opiniões todo dia? perceber o que permanece? mas agora somos objetos de estudo científico?
...
um amigo disse um dia e concordo plenamente: poderia suportar, embora não sem dor, se morressem todos os meus amores. mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!
o problema é que às vezes me pergunto onde estão meus amigos. todos eles. quem são? o que fiz com eles?
saudades de quem eu sou com alguém por perto.

0 comments: