Saturday, May 31, 2008


'No fim, tu hás de ver
que as coisas mais leves são as únicas
que o vento não conseguiu levar:
um estribilho antigo,
um carinho no momento preciso,
o folhear de um livro de poemas,
o cheiro que tinha um dia o próprio vento...'

Mário Quintana

Wednesday, May 28, 2008


"Só os relógios do céu terão marcado esse tempo infinito e breve. A eternidade tem as suas pêndulas; nem por não acabar nunca deixa de querer saber a duração das felicidades e dos suplícios. Há de dobrar o gozo aos bem-aventurados do céu conhecer a soma dos tormentos que já terão padecido no inferno os seus inimigos; assim também a quantidade das delícias que terão gozado no céu os seus desafetos aumentará as dores aos condenados do inferno. Este outro suplício escapou ao divino Dante; mas eu não estou aqui para emendar poetas."

Dom Casmurro - Machado de Assis



Wednesday, May 21, 2008




'e eu aqui, queimando no inferno da solidão, preferi desistir de tentar... e o seu olhar que arranca a voz da minha garganta e finge não me procurar...'
'vai, leve tudo de mim, apague os passos da estrada e tente nem sequer lembrar daquele nosso tempo em que era tão fácil amar...'

Sunday, May 18, 2008

isso aqui é uma válvula de escape, então... escapemos!

ele é mesmo um idiota
que pensa que sabe o que é amor
se sabe, não é o mesmo que eu conheço...
como pôde amar alguém em cinco minutos e fingir que eu nunca fui nada pra ele do nada?
como se a gente nunca tivesse dito tantas coisas idiotas que gente apaixonada diz...
assim ele me faz ver mesmo que a falta que eu sinto não é dele... é de alguém.
alguém qualquer, como eu sou pra ele agora. e ninguém, como agora ele é pra mim.
pronto.

Tuesday, May 13, 2008



It's just another one of those days
when I can't help but feel a little bit sad
about the things you and I never had...

Sunday, May 11, 2008

Hate (I really don't like you)

Plain White T's

You were everything I wanted.
You were everything a girl could be.
Then you left me brokenhearted,
Now you don't mean a thing to me.
All I wanted was your
Love, love, love, love, love, love.

Hate is a strong word,
but i really, really, really don't like you.
Now that it's over
I don't even know what I liked about you.
Brought you around,
and you just brought me down.
Hate is a strong word,
but I really, really, really don't like you.

I really don't like you...

Thought that everything was perfect,
Isn't that how it's supposed to be?
Thought you thought that I was worth it,
Now I think a little differently.
All i wanted was your
Love, love, love, love, love, love.

Now that it's over,
you can't hurt me.
Now that it's over,
you can't bring me down.

(Oh, oh...)

All i wanted was your
Love, love, love, love, love, love.

I really don't like you...

Tuesday, May 06, 2008

Preciso de Alguém...
Que me olhe nos olhos quando falo.
Que ouça as minhas tristezas e neuroses com paciência.
Preciso de alguém que venha brigar ao meu lado sem precisar ser convocado; alguém Amigo o suficiente para dizer-me as verdades que não quero ouvir, mesmo sabendo que posso odia-lo por isso.
Neste mundo de céticos, preciso de alguém que creia, nesta coisa misteriosa, desacreditada, quase impossivel de encontrar: A Amizade.
Que teime em ser leal, simples e justo, que não vá embora se algum dia eu perder o meu ouro e não for mais a sensação da festa.
Preciso de um Amigo que receba com gratidão o meu auxílio, a minha mão estendida.
Mesmo que isto seja pouco para as suas necessidades.
Preciso de um Amigo que também seja companheiro, nas farras e pescarias, nas guerras e alegrias, e que no meio da tempestade, grite em coro comigo:
"Nós ainda vamos rir muito disso tudo"
Não pude escolher aqueles que me trouxeram ao mundo, mas posso escolher o meu Amigo.
E nessa busca empenho a minha própria alma, pois com uma Amizade Verdadeira, a vida se torna mais simples, mais rica e mais bela...
Charlie Chaplin

Sunday, May 04, 2008

Amor
Receios , desejos,
promessas de paraíso.
Depois sonhos, depois risos,
Depois beijos!
Depois...
E depois, amada?
Depois dores sem remédio,
depois pranto, depois tédio,
depois... nada!

claro que essa visão não é a que eu queria ter do amor...
mas, por enquanto, tá assim.

Thursday, May 01, 2008


um mês já foi e parece que foi ontem
parece que passou-se uma eternidade
parece que nem aconteceu
não me lembro dos meus dias sem você mas tenho que construí-los novamente
e dói simplesmente não saber... dói essa indiferença, essa distância, essa desconfiança...
sua mente e coração são lugares inacessíveis agora e estiveram em minhas mãos há tão poucos dias...
não gosto de você a maioria do tempo, mas te amo a cada segundo, numa profunda contradição do amor que nunca antes se fez tão real pra mim.
que vontade de chegar na sua frente e dizer:
por que é que vc não faz o favor de sair da minha cabeça?
é algum tipo de jogo o que vc tá fazendo comigo?
vc acha q eu mereço?
vc acha q pode sair assim da minha vida, deixar essa bagunça, não dar satisfações e ainda por cima rir por aí como se tudo estivesse ótimo?
como vc pode? como eu não desisto? como eu posso?
vc ainda acha que pode acreditar no amor? pra onde vc levou toda a minha esperança? como vc pode não olhar pra trás? e, se olha, por que faz questão de que eu não saiba? faz questão de me convencer que eu sou tão fácil de esquecer assim por quê?

o tempo passa devagar e torto sem você aqui, e à minha frente só há neblina. nada seria melhor sem você, com você nada seria mais fácil. eu só me sentia eu mesma. agora tenho que ir com uma cara montada, um sorriso que não mostra a minha alma e opiniões que não são minhas. porque se fossem... ah, se fossem...

O contrário do Amor

O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.

O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.

Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.

Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.

Uma criança nunca experimentou essa sensação: ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta. Uma criança está sempre em uma das pontas da gangorra, adoração ou queixas, mas nunca é ignorada. Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja materna ou paterna, é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo universo, enquanto que a indiferença é um exílio no deserto.

Martha Medeiros