Thursday, July 31, 2008

o amor pode ser simples. sim, ele pode. quando as pessoas realmente aprendem a amar, tudo se simplifica. o amor sublime não tem nada a ver com o amor utópico. o amor não pode ser sonhado, tem que ser vivido. e a gente sempre espera o outro amar antes, o que na verdade não faz sentido. porque se ambos esperarem que o outro ame antes, ninguém vai amar, certo? quase. aí está outra peculiaridade do amor: a gente não espera a hora. ele simplesmente acontece. não existe a pessoa certa, existe uma relação entre duas pessoas que se gostam e que estão juntas porque acrescentam coisas boas, mais do que ruins, à vida uma da outra. como disse Vinicius, "que mesmo em face do maior encanto, dele se encante mais meu pensamento". que os olhos não se fechem para o lado de fora, mas prefiram aquela visão. e essa relação não deve ser a razão de existência de nenhuma das partes, porque existe um mundo lá fora e cada pessoa é um indivíduo independente que deve ter consciência disso. não que não deva haver entrega, mas é preciso cuidado pra que essa entrega não seja prejudicial ou parcial.
o amor não tem a ver com o sexo, o sexo pode ser praticado com qualquer um. o desej sexual é facilmente despertado, o que vale mesmo é o sentimento. este precisa ser compartilhado entre quem tem as mesmas expectativas e valores. que tem sonhos parecidos ou fáceis de conciliar.
o difícil é aprender tudo isso e muito mais que o amor tem pra ensinar sem viver esse sentimento. então, é claro, são necessárias algumas decepções e erros pra que haja o aprendizado e sua aplicação. o amor pode ser simples.

Saturday, July 19, 2008

Eu larguei uma parte de mim nas tuas mãos, te doei minhas confusões e todos os emaranhados pensamentos que escondo há anos. E agora eu quero ficar no teu corpo feito tatuagem pra te dar coragem, pra te fazer lembrar da minha dor que te acalmou e do teu amor que me acorrentou. Eu quero ser a tua ferida mais doída e de todas as outras a mais querida. Quero ser o teu pensamento mais intenso e as tuas lembranças mais antigas. Eu quero que você se jogue como eu me joguei e caia de cara, beijando um vulcão em erupção que só mente e queima, e machuca dos lábios até a alma.
E nos teus sonhos eu vou ser o pesadelo que assombra e perfura a garganta numa agonia sublime. O teu anjo mau, a tua mentira, a tua falsa vida. Vou esfregar o seu rosto em mil espelhos, vou te jogar no mesmo mundo que eu entrei. Vou roubar o pedaço mais valioso do teu segredo e mostrar ao mundo todo o seu medo.
Quero que a minha dor fique estampada no teu corpo, e quando você respirar, será o meu cheiro que vai sentir e com saudade vai sorrir lembrando que eu te tinha como meu pedestal e você me encravou um punhal roubando todo o meu sangue e minha vida.
Mais tarde, quando procurar em outros corpos o amor que eu te dei, vou aparecer como um fantasma e vou tomar o teu olhar e a tua atenção. Então você vai lembrar do meu coração jogado no canto do teu quarto e vai tentar fazê-lo voltar a bater, mas pra você ele vai estar morto. E é aí que sorrirei sem medo. Eu vou ser a tua tatuagem mais antiga, perdida no teu corpo, mas viva na tua dor de todos os dias.

Sunday, July 13, 2008


Às vezes, nos deparamos com algum momento.
E ele paira e dura...
Muito mais que um momento...
E o som pára.
O movimento pára...
Por muito...
Muito mais que um momento...
E daí esse momento passa.

Saturday, July 12, 2008


eu tô exausta desses 'ups and downs'. meu coração precisa de uma planície. por dias eu tô ótima, alguma coisa acontece e tudo cai. ainda bem que eu não sou cardíaca. o que me mantém aqui são meus planos e a minha esperança de encontrar uma maneira de viver em paz. mas acho que a vida é assim mesmo, ninguém se satisfaz. também espero um dia conseguir olhar pra você e não ver algo que eu gostaria de não ter perdido naquele tempo.
hoje, aquele post, aquela mesma coisa que vc já me disse um dia, doeu tanto, tanto... mas eu tenho quase certeza que não é por vc, é por mim a minha dor. por essa mesma insegurança que me fez te perder. é medo de que eu nunca seja feliz de novo como eu fui naquele tempo. ou naqueles, pelo menos com ele também fui feliz. isso mostra que podem haver repetições.
realmente você não é quem eu estava procurando e você não sabe o bem que saber disso me faz. eu sei que você realmente não tá interessado, e nem sei porque eu adoro escrever como se você fosse ler algum dia. quem sabe, leia. o bom é que isso faz bem como escrever tudo numa carta e não mandar. eu precisaria de milhares de cartas pra te falar o todo que eu sinto e quero te dizer sempre.

eu na verdade queria que você se sentisse culpado na mesma proporção de dor que eu sinto. por isso pode-se perceber que o meu amor não é o amor que não deseja mal. e eu não sou a santa que você conheceu um dia. o mundo não deixa.
eu tenho certeza de que aqui se faz, aqui se paga. se você me causou tamanho sofrimento, sofrerá também. e, meu bem, tenha certeza, assim como você não olhou pra trás enquanto eu despedaçava, eu não vou mover uma palha pra te tirar do fundo do poço. se eu conseguir.

Friday, July 11, 2008


Vai, sim, vai ser sempre assim
A sua falta vai me incomodar,
E quando eu não agüentar mais
Vou chorar baixinho, pra ninguém ouvir.
Vai, sim, vai ser sempre assim,
Um pra cada lado, como você quis
E eu vou me acostumar,
Quem sabe até gostar de mim.
Mesmo que eu tenha que mudar
Móveis e lembranças do lugar,
O meu olhar ainda vê o seu
Me devorando bem devagar.

Saturday, July 05, 2008

ando sentindo falta do que nunca vivi.
presa nesse apartamento, nessa cidade, nesse concreto, longe (ou perto demais...) dos sentimentos, abstrações que tão bem conheço. saudades do que nunca vi, de quem ainda não conheci, e de quem não vejo mais. quando há alguém, qualquer lugar é perfeito. quando se está sozinho é preciso olhar demais pra dentro e nem sempre a gente gosta do que vê. meu problema é demorar demais pra tentar mudar o que não me faz bem; espero o mal estar feito.
irritante é essa necessidade de alguém, mais irritante ainda é saber que ela existe e que não posso fugir de mim mesma. essa insegurança mata, essa carência atrofia e esse medo de me machucar de novo me mantém aqui, intocável, imóvel cada vez que vejo uma parte bonita do que já fez parte de mim.
é bem verdade que não amamos a pessoa amada, e sim o amor. amamos essa sensação linda de infinito, de cumplicidade. bom mesmo é quando o ambiente não influencia na paz interior. bom mesmo quando a paisagem pode mudar e nossa mente e sentimentos continuam em plenitude. mas como alcançar isso? auto-conhecimento? como
entender alguém que muda de opiniões todo dia? perceber o que permanece? mas agora somos objetos de estudo científico?
...
um amigo disse um dia e concordo plenamente: poderia suportar, embora não sem dor, se morressem todos os meus amores. mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!
o problema é que às vezes me pergunto onde estão meus amigos. todos eles. quem são? o que fiz com eles?
saudades de quem eu sou com alguém por perto.

Friday, July 04, 2008

e não dá pra acelerar o processo? xD


A menina buscava paixões. Era fácil se encantar. Quem era o outro importava menos do que o seu desejo de não deixar o coração atrofiar. Era um coração brincalhão e alegre, que se alimentava de sentimentos intensos para bater forte. As frustrações foram revestindo seu coração de camadas. E aos poucos ela foi se defendendo contra sentimentos esbaforidos, que lhe tiravam o ar e faziam doer mais do que palpitar.

Um músculo como qualquer outro é o coração. Que para se fortalecer precisa ser mexido, fazer esforço para ficar tonalizado, definido e esbelto.

Não deixe que as frustrações o impeçam de bater como a menina lá de cima. Porque, por mais que doa, o exercício, a longo prazo, faz bem. Quando vira um hábito – não um vício pelo o qual se torna dependente – amar, se apaixonar, se encantar é a única coisa que mantém o órgão vivo. Por mais que doa. Por mais que seja sacrificante. Por mais que exija disciplina. Por mais que canse.

Uma hora ele aprende, quase que sozinho, a ficar em paz ao mesmo tempo que palpita. E aí, aí sim, se é feliz.