Friday, June 26, 2009



não quero a minha castidade, nem a de ninguém. não quero estar com alguém por carência, por falta de opção, por piedade. não quero um amor feito de uma esperança vazia, de uma beleza passageira, de comodismo oco.
quero coisa de sentir, de querer, de fazer, de se entregar. quero aquela vontade de não dormir só pra não estar longe e, se se estiver longe, de dormir pra sonhar que se está perto.
quero ter um só amor, ou muitos, mas que me façam crescer até onde eu nunca imaginaria. amores que me façam querer suportar todas as dificuldades que possam aparecer no caminho. quero um amor de matar, de morrer, de querer sempre bem e mais.
o meu romantismo não é cego. não quero tradições. quero sonhar junto, realizar, desiludir, mas querer, nada mais que querer. querer mais que qualquer outra tentação talvez não resistida. quero verdades, mesmo que inventadas. quero expressão, prazer, reciprocidade. ou não, mas que seja mais que o suficiente.
que seja crescente e intenso e que dure o quanto tiver que durar.
que a eternidade seja agora.

Tuesday, June 23, 2009



e é assim: a gente descobre e sofre. descobre mais e vê que pode parar de sofrer tanto. mas sofre. aprende a sorrir. aprende a achar gente que quer sorrir também. aprende a não depender dessa gente, mas a lembrar cada momento. aprende a cultivar o gosto. aprende a escolher e aprende que muitas vezes isso é impossível. a gente cai numa roda louca, a gente enxerga contradições por todos os lados, a gente até desiste de entendê-las. a gente se angustia, critica, tenta tanto e não encontra. a gente é obrigado. a gente até agradece. a gente sonha. e não dorme. a gente percebe que pra fazer o que quer tem que ceder. a gente a gente ama, a gente se acaba e se encontra. a gente imagina, a gente se desilude. xinga, grita, abraça, sente. se arrepende. gosta. esquece. lembra. a gente vive.

Wednesday, June 17, 2009


esperei por tanto tempo
esse tempo agora acabou
demorou mas fez sentido
fez sentido que chegou...

eu pensei
que fosse nunca
mas agora já se foi
nunca mais parece triste
triste eu era
agora passou...


entrego-me a mim
como o prédio à paisagem
como o olho a um vazio sem imagens
como rio
que busca o nada
e encontra.